sexta-feira, 16 de julho de 2010

Do pântano para o chiqueiro


Não sou de direita. Não gosto do CDS-PP. Não gosto da "persona" política de Paulo Portas, apesar de lhe reconhecer a inteligência, o talento para a oratória, para a demagogia e para a amnésia selectiva. Portas é daqueles políticos que quando apresenta uma ideia que até é teoricamente interessante (embora impraticável, pois já não faz parte do governo), borra, de seguida, logo a pintura ao apresentar mais duas ou três que não lembrariam ao Menino Jesus. Quer isto dizer, assim trocado por miúdos, que o amigo Paulinho das Feiras, quando enverga a boina e vai dar beijinhos nas faces de velhotas desdentadas e bacalhaus a idosos a jogar às cartas, daqueles que só tomam banho ao domingo, que é dia do Senhor, é um político que, como diria alguém que ficou para a história não se sabe muito bem porquê, «fala, fala, fala, mas não o vemos a fazer nada».
Portas é o político que chora que nem uma carpideira do anúncio da Aquarius pelas baixas pensões de reforma dos idosos portugueses e pela desprotecção dos desempregados, o que só se compreenderia se nos lembrarmos da quantidade abissal de assessores que contratou quando era ministro. Aí sim, acredito no seu contributo para a redução da taxa de desemprego, pena é que fosse apenas nas fileiras da juventude copinho de leite do CDS-PP. Foi também o ministro do escândalo de vários milhões de euros dos submarinos alemães, o que não deixa de ser irónico para quem nem sequer sabia que, para além de Ministro de Estado e da Defesa Nacional, era igualmente Ministro dos Assuntos do Mar.
Se já não se lembrarem do, para mim inesquecível, ar de estupefacção e susto de Paulo Portas na atabalhoadíssima tomada de posse do ainda mais atabalhoado governo de Santana Lopes em 2004 (que foi um ar que lhe deu), ei-lo em seguida:

Ontem, em plena sessão na Assembleia da República, Portas veio sugerir, qual Messias, a demissão de José Sócrates e a sua substituição SEM ELEIÇÕES LEGISLATIVAS por um governo de coligação entre PS, PSD e CDS-PP. De extrema-direita, portanto. Seguir-se ia, então, a lógica de que já que vivemos na República das Bananas mesmo, para quê desperdiçar tempo e dinheiro dos contribuintes com insignificâncias como democracias e eleições? Mixuruquices!
Com o governo de esquerda mais à direita de que há memória, este PS há muito que se escuda na crise internacional para ir cavando gradualmente a nossa sepultura e obrigar-nos a emigrar em debandada, como há 40 anos atrás. O problema é que, se no Estado Novo quem emigrava era miserável ou pouco mais que isso e ia, regra geral, para empregos desqualificados, hoje em dia a emigração de licenciados, mestres e doutorados em busca de melhores condições de vida, melhores ordenados e progressão na carreira é uma realidade bem presente. Não esqueçamos que Portugal é um dos países europeus com a taxa mais baixa de pessoas com curso superior (1 milhão), metade da média europeia, para ser mais precisa. Pouco faltará para que esse milhão se ponha a mexer daqui para fora a grande velocidade, deixando o país entregue ao compadrio e caciquismo semi-analfabetos do costume e no eterno limbo.
Não sou, também, de esquerda e nunca conseguiria vestir a camisola de nenhum partido político, mas estou longe de querer um governo de coligação dos supra-mencionados partidos. Entre o «pântano actual» (referido por Portas) do PS e o chiqueiro da coligação tripartidária (os termos aqui já são meus), prefiro continuar a tentar voar daqui para fora.
Oh amigo Portas, "porque no te callas"?

Um comentário:

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