domingo, 25 de julho de 2010

Os dias da pequenez


Anteontem tive um dia de pequenez. Um dia de pequenez é aquele dia, que surge de vez em quando, em que, subitamente, me sinto demasiado pequenina face a alguma tarefa que quero desempenhar bem e acho que não vou ser capaz ou em que assisto a algo maior do que alguma vez teria capacidade de fazer. E é precisamente a este último caso que me refiro.
Anteontem pedi umas horas de dispensa do trabalho para poder ir assistir a uma dissertação de mestrado na minha faculdade actual (a FCSH da Universidade Nova), a conselho das orientadoras da minha tese, cuja defesa se aproxima a passos tão largos que é assustador só de pensar.
Não fazia ideia do tema da tese, nem de quem era a aluna/colega que ia defendê-la, mas lá fui. Chegada ao auditório, tive a grata surpresa de verificar que iria assistir a uma dissertação sobre teatro e, ainda mais grata, por saber que se debateria a peça "Long Day's Journey into Night", de Eugene O'Neill, que estudei e li mais do que uma vez, quando ainda estava a tirar a minha licenciatura noutra faculdade, neste caso, a Faculdade de Letras de Lisboa. Devo dizer que adorei ler a peça de O'Neill e, como tal, ainda mais interessada fiquei no que iria ouvir e ver.
E o trabalho a que assisti foi, a todos os níveis, fenomenal.
Senti-me pequenina, face a uma «miúda» de 23 anos (6 anos mais nova do que eu, portanto): quem me dera, daqui a dois meses, conseguir fazer uma apresentação pública daquelas e ter uma tese de tamanho gabarito. Bom, para ser sincera, se corresse metade tão bem como esta, já era bastante bom.
No final: nota 19. Muitas palmas para a mestranda, totalmente merecidas.
Quem me dera daqui a dois meses poder dizer o mesmo...

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