terça-feira, 24 de agosto de 2010

O amor é um gás e a Debbie Harry é que a sabe toda!


Hoje, vindo do nada e sem saber explicar porquê, apeteceu-me ouvir isto. Podia dar-me para pior, já que os Blondie, são, como costumo dizer, a minha banda de sopeira (que cantarolo de quando em vez, enquanto estou armada em dona de casa).
E não é que a porra da música veio tão a propósito que até me fez pensar em coincidências divinas e disparates cósmicos desses, em que não acredito?
Já todos tropeçámos em pessoas cujo valor é igual ao do nome deste blog; já todos perdemos o nosso mais do que precioso tempo com gentalha merecedora de um valente murro no focinho. Mesmo quando a situação não nos toca pessoalmente, é impossível não sentirmos solidariedade para com alguém que merecia melhor sorte.
E é aí que pensamos algo deste género:

"Once I had a love and it was a gas
Soon turned out had a heart of glass
Seemed like the real thing, only to find
Much of mistrust, love's gone behind
Once I had a love and it was divine
Soon found out I was losing my mind
It seemed like the real thing but I was so blind
Much of mistrust, love's gone behind.

Once I had a love and it was a gas
Soon turned out to be a pain in the ass."

(Blondie, "Heart of Glass", in "Parallel Lines", 1978)

O nosso MEC acha que "O amor é fodido" e a Debbie diz que o dito cujo é um traque. Gosto. Haja malta pragmática! Gente despachada é o que se quer!

(Em homenagem a todos aqueles que tropeçam na bosta que lhes aparece no passeio, mas não se deixam cair.)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Modelo por perto, disparate certo


Todos os dias de manhã, mal acordo e enquanto estou nos meus preparos para ir trabalhar, ligo a TV na RTP1. Não que tenha especial interesse por ver notícias requentadas do dia anterior, mas porque, em boa verdade, dos 70 canais da Meo, às 7 da manhã, é a única coisa que se aproveita. Uma das coisas que mais me fascina no "Bom Dia Portugal" é a capacidade de reciclagem do programa, seja na rubrica "Bom Português", com perguntas sobre língua portuguesa que, na esmagadora maioria dos casos, têm um grau de dificuldade de tal forma elevado que obteriam resposta correcta por parte de uma criança de 2 anos de idade ou por um qualquer idoso analfabeto de 90 anos, daqueles que aparecem nos apanhados na TVI a dizer coisas tão bonitas e acertadas como "patite" (para hepatite) ou "pé de demónio" (pandemónio), rubrica essa que é repetida até à exaustão, chegando a repetir-se a mesma dúvida durante a mesmíssima semana (há dias em que, de tanto já ter visto a repetição, já sei o que os entrevistados têm vestido e o que vão responder: geralmente asneira), seja nas próprias notícias, que, não raro, já deram no mês anterior, pelo menos uma vez.
Bom, mas notícias a cheirar a bafio e lapsus linguae à parte, chegamos à parte que realmente me levou a este post. Os intervalos do programa. Os intervalos do "Bom Dia Portugal" têm a particularidade de passarem sempre os mesmos anúncios, nomeadamente o do Modelo.
Não ando a empreender nenhuma cruzada contra a Sonae (estou longe de ser um D. Quixote em luta contra moinhos), apesar de há uns posts atrás ter dito que os actuais anúncios anti-crise do Continente fedem a farsolas, mas o mais recente anúncio do outro hiper que é menos hiper do tio Belmiro, o Modelo, vem agora contrariar a tendência. Em primeiro lugar, porque contrataram a Fátima Lopes, a contratação mais cara do defeso português a seguir ao Cristiano Ronaldo, para figurar no dito cujo (anúncio, não no nosso CR, claro, que ele é mais socialites de Hollywood e top-models com nomes de bar de alterne) e fingir que é dona de casa e que até vai às compras e não sei quê. Em segundo lugar, porque esta semana/quinzena (desconheço a periodicidade das campanhas promocionais do Modelo) a grande promoção anti-crise para as famílias endividadas e sem dinheiro para sequer pôr pão na mesa é, nem mais nem menos, do que produtos para tratamento de piscinas.
Ora bem, toda a gente sabe que os produtos para matar a bicheza presente nas águas das piscinas privadas dos jardins das vivendas que todos os portugueses têm, são produtos de primeiríssima necessidade. É isso e o leite e o pão. Estão no mesmo patamar. Aliás, eu todos os dias, mal saio do trabalho, a minha maior preocupação é ir a correr para o Modelo comprar desinfectante de piscina. Assim como eu, imagino que todos vós farão o mesmo, obviamente.
Deixa cá ver a minha lista de compras para hoje: hummm, cloro (check), sal para piscina (check), anti-calcário (check). E pronto, está a lista feita.
Modelo, há 25 anos a fazer rir os portugueses.